Por detrás do rosto de cada mulher está a lembrança da ternura, a compreensão da herança que lhe foi legada no presente em que lhe é dado participar, para projectar os amanhãs em que valha a pena viver.
A cultura e a vida formam um todo e porque da vida fazem parte, o esquecimento e as recordações, a cor negra não representa um ritual fúnebre, uma intenção passadista. É antes um acto de indagação e conhecimento.
“Trata-se de grandes esculturas de cabeças de mulher que pinta de um negro que lhe conferem um aspecto de pedra. Apresentam expressões ou doces e serenas ou divertidas, sensuais e simultaneamente misteriosas. O artista chama a atenção para o facto destas “odaliscas” como também as denomina encerrarem uma busca de valores contrários. Procura uma contradição através da cor negra que representa o peso da vida com a tranquilidade e leveza que as suas expressões transmitem. O sorriso que têm nos lábios é contrário do negro, são pesadas mas têm expressões leves e doces: são um encontro de opostos. As “faces”que têm feições com mistura de traços provenientes de qualquer parte do mundo, propositadamente sem distinção de raças, não têm nome, quem as adquire é que se tem que identificar com elas e atribuir-lhe um nome feminino. É assim que Edgar as concebe e idealiza.”
“James Lanham : revista Prisma out/nov 2000
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