sábado, 3 de maio de 2008

Heráldica de Portugal



As Quinas
Na origem das Armas de Portugal tudo é obscuro por falta de provas. Ao certo não se sabe como surgiram as Quinas.
Na tradição mais corrente e popular, as Quinas representam as cinco chagas de Cristo, em memória do milagre de Ourique.
Os escudetes representam, no seu conjunto, a cruz. Os besantes, as cinco chagas de Cristo.
Nos selos pendentes dos primórdios do Reino os escudetes estão carregados com um número variável de besantes.
D. Afonso Henriques usava um escudo com uma cruz azul, que era seu símbolo. Formavam a cruz do escudo, duas largas tiras de couro pintadas de azul pregadas nos topos e no cruzamento de uma pela outra. O uso e o tempo ou alguma batalha memorável deterioraram as partes não pregadas das tiras de couro, ficando no escudo, os pregos com os restos das tiras. Desta maneira simples teriam nascido os escudetes e os besantes.

Os Castelos
O acrescentamento da bordadura dos castelos das Armas de Portugal surge no reinado de D.AfonsoIII. D.Afonso sucedeu ao seu irmão D.SanchoII. D.Sancho usava as armas dos seus antecessores sem a bordadura dos castelos. D.Afonso não era o primógenito. As suas armas tinham de ter uma diferença, para distinguir as armas dos vários ramos da família das do primógenito. A diferença foi dada pela bordadura formada à custa das armas maternas, as de Castela, pois a mãe de D.Afonso, D.Urraca, era filha de D. Afonso VIII, rei de Castela.
O uso da bordadura e a escolha das armas maternas era um costume da heráldica peninsular.
A bordadura aparece-nos sempre carregada com numerosos castelos, de número variável, mas sempre superior a sete.
A bordadura dos castelos encontra-se nas Armas de Portugal porque o Reino tomou as armas de D. AfonsoIII.


A Cruz de Avis
Com a Dinastia fundada por D. JoãoI, Mestre da ordem de Avis, as Armas de Portugal sofrem um novo acrescentamento, a introdução da Cruz de Avis, destinado a distinguir as Armas da nova dinastia.
O escudo de Portugal antigo foi sobreposto à Cruz verde de Avis que assentou as suas extremidades floridas sobre o vermelho da bordadura dos castelos, como mais um elemento do brasão.


A Reforma das Armas Reais em 1485
Nas Cortes reunidas por D.JoãoII em1482 deliberou-se reformar o brasão Real, corrigindo-o segundo as boas normas da Armaria. E isto porquê? Por se terem reconhecido anomalias na sua representação, que estava entregue à fantasia dos artistas. A questão arrastou-se por três anos, até que D.JoãoII lhe pôs termo com a reforma de 1485.
Endireitaram-se os escudetes laterais das Quinas e fixou-se em cinco o número de besantes Suprimiu-se a Cruz de Avis.
Fixou-se em sete o número de castelos por exigência da construção geométrica do escudo.








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